sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Talitá Cumi

(Marcos 05:35-43)


E eu fico imaginando a cena: o quarto escuro, vozes de pranto ao fundo, uma garota pálida deitada e o tempo parado, pois para ela o tempo já havia se esgotado. Algo quebra a ordem, risos de deboche inundam a casa, algo já começava a acontecer. Quem é o louco que diz que a menina apenas dorme depois de morta? se perguntavam, uma voz respondia: Ele é O Mestre.
Mas para haver milagre não é necessária platéia, quem não acreditou foi mandado embora, apenas os pais, os que com Ele estavam e o Mestre ficaram.
Posso ver o quarto começar a se iluminar, apenas por Ele ter entrado. Com toda a doçura o próprio Jesus se aproximando da cama e tocando a pequena mão, já gelada, de uma garotinha. Ao encontrar das mãos o milagre se inicia, o coração volta a bombear sangue, não mais o dela, mas o do Senhor que a tocara.
E então Ele pronuncia as palavras: “Talitá Cumi”, e o amor invade o local e enche o que antes era um quarto frio de tal maneira que até parecia palpável. Não eram as palavras ou o que elas diziam, poderiam ser ditas quaisquer palavras ali, pois o milagre residia no Mestre e se projetava em todo amor com que elas eram pronunciadas.
A princípio uma garota teria medo ao abrir os olhos e encontrar um estranho a beira de sua cama, mas havia algo no perfume dEle e em seus olhos que a faziam apenas confiar. O quarto havia se iluminado mais do que os olhos daqueles pais que haviam sido agraciados com a devolução de seu bem mais precioso, sua filha.

“Não morreu, apenas dorme”, Ele é o mesmo ontem, hoje e será eternamente.